bem, mais uma vez, não era você. E não vai ser até que a tarde estoure meus miolos com o calor janela adentro, e sua voz caminhará com piedade e uma culpa dissimulada pelas paredes. E, como sempre, eu fecharei a porta, desculpas desculpas. E você repetirá que me entende - um sussurro depois, o cansaço que sairá de sua respiração e talvez provocará um leve movimento na gola de sua camisa.
A confusão, veja bem, é grande. E o espírito, pequeno.
Veja, note que me privo quieta, entregue às compassadas voltas das horas ajoelhadas sobre meu eu silêncio guarda atrás dos óculos e - estes - não conseguem palavra atrás de sílaba, verbo a travessão. Não tem coisa alguma, história coisa nenhuma. Só a umidade convulsa que se cobre com a escuridão e, claro, com todo o resto.
Mas você dirá que eu sou forte, e eu responderei com um trovão.
Você pedirá que eu pare, eu assentirei com os olhos baixos, desviarei até a porta, sugerindo a saída possível, a coisa muito grande.
O infinito, eu direi. Sentarei no ar, tão longe que você não ouve, não chegará a tempo de ouvir.
Eu olharei para onde o medo se desesconde, pequeno como o inseto que agora olha, desafia, derrota.
Grito.
No fim, só queria que dissesse algo, alguma coisa qualquer, bonita, e me fizesse dormir.
Na verdade, pode falar. Não tenha medo. Eu só queria saber onde estão seus olhos.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Difícil
Mais daquelas, dentre tantas outras - tantas e infinitas, até mesmo a ordem cravada em estrelas e satélites é (eterna) zombaria a mais.
Lâminas (precisas), ápice da palavra
estoura
-me do egoísmo úmido e,
enfim,
A estupidez,
O torpor,
A Insônia.
Soberanas!
Vêm, mais uma vez.
Daquelas mais.
Lâminas (precisas), ápice da palavra
estoura
-me do egoísmo úmido e,
enfim,
A estupidez,
O torpor,
A Insônia.
Soberanas!
Vêm, mais uma vez.
Daquelas mais.
Dizem que são:
difícil,
insônia,
noite,
pensamento
sábado, 19 de novembro de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Enquanto esperava
Não sei.
É um sinal,
pedir água com gás.
De quê?
Sei lá
Da fuga do arbítrio
Destempero
desequilíbrio
Beber o que não gosto.
Talvez
Voltasse aqui. Mas é provável que não, não mesmo.
Acredite quem quiser. Eu vou aí, fingindo - insisto porque também quero.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Resignação
Não queria
Realmente não
queria,
Ter nada a dizer
Mesmo assim
não digo
Fica o
não dito
Silêncio...
Do não-dizer
Realmente não
queria,
Ter nada a dizer
Mesmo assim
não digo
Fica o
não dito
Silêncio...
Do não-dizer
Dizem que são:
nada,
resignação,
silêncio
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